Tema central: Possíveis usos e imbricações do Cinema e seus sucedâneos (clipes e audiovisuais) como ferramentas ao estudo/pesquisa/análise em História

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Resumo: Desde o séc. XIX o impacto cultural da introdução da rotoscopia - tecnologia de alternância cadenciada de fotografias produzindo o efeito de movimento - e do cinematógrafo  - técnica de captura visual de imagens através da câmera, exibida a seguir pelo projetor luminoso - no cotidiano popular, coincidiu (senão que catalisou) o processo de uma nova relação de consumo e de registro ao acesso da apreciação social - resumida, grosso modo, na relação processual de uma 'indústria cultural' de massa. Nesse sentido, sobre o Cinema, pode-se dizer que o mesmo tenha trazido à luz um procedimento de impressão simultaneamente referente aos aspectos técnico (precisão fotográfica, sucedendo à técnica da pintura) e comportamental (atingindo uma novo patamar de subjetividade associado ao olhar, dotado das noções de ritmo, edição, tomada e enredo, numa forma de interação inédita até então). Já estudado por diversos autores relacionado à construção da contemporaneidade (como Walter Benjamin, ao referir-se ao seu avanço em detrimento da experiência de narração; ou Hugo Munsterberg, ao relatar a afiliação entre o 'corte' cinematográfico e o preparo do indivíduo para os processos velozes do 'olhar de choque' ante o progresso e a aceleração do tempo), o cinema continua a repercutir socialmente com grande intensidade, desdobrando através de seus enredos e tomadas, não apenas a narrativa retratada na tela, mas, muito mais intensamente, as intenções mercadológicas e de poder ('soft power'), simbólicas, técnicas e discursivas de autores, cenários de época, envolto nos sentimentos, disputas e expectativas de um período - entremeando-se na produção audiovisual uma necessidade urgente de compreensão histórica dos acontecimentos em voga para que, de fato, se quebre a quarta parede e se possa 'desvelar' a circunstância e objetivos de uma obra cinematográfica. De igual maneira, o uso do registro cinematográfico e seus desdobrares (como as produções televisivas e de clipes, entre outros apelos audiovisuais) à pesquisa histôrica resulta por requerer a apreensão de teorias, técnicas semióticas e metodologias que permitam compreendê-lo em sua imbricação com sua própria produção e com a produção de memória - da apropriação narrativa do passado até os artifícios por detrás da 'suposta autenticidade' e espontaneidade do seu registro e de sua reprodução. Há ainda nesse apelo criticista, necessidade de sua problematização enquanto Fonte Histórica, aproveitando-se a impactação tremenda e econômica de sua forma para a uma imprecisa e pulverizada noção do passado (ou retrato 'fiel' de um presente ou de uma projeção futurista) e a mediação de conteúdos e resumos (muitas vezes tendenciosos) de eventos e personagens da História - iludindo e deslumbrando telespectadores na ideia ingênua de apreensão da 'história real' em lugar de apenas mais uma 'versão histórica'.

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 Objetivos:

• Proporcionar a discussão acerca de experiências e usos do Cinema, enquanto tecnologia e repercussão, à pesquisa histórica;

• Refletir acerca de metodologias e ferramentas conceituais para a possibilidade de aplicação do Cinema ao estudo e compreensão da História - e da História e seus traquejos, para a composição cultural de um olhar crítico sobre a produção do Cinema; 

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Público-alvo: Público em geral

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