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                               EIXO TEMÁTICO 1                            
TECNOLOGIAS DIGITAIS E PESQUISA EM HISTÓRIA

Coordenadores:

Geovanna Rodrigues (Graduanda-UFT)

E-mail: geovanna.santos@mail.uft.edu.br

Prof. Dr. George Leonardo Seabra Coelho (PPGHispam-UFT)

E-mail: seabracoelho@uft.edu.br

Tema Central: As possibilidades abertas para as relações entre as mais variadas Tecnologias Digitais e a pesquisa em História

 

Resumo: A preocupação com os conhecimentos históricos referentes ao passado, presente e futuro e o que seriam feitos dos mesmos, fez com que surgisse a terminologia “consciência histórica”. A consciência histórica como a percepção do tempo de forma coletiva, o passado como uma experiência, moldando valores morais e revelando reflexões sobre passado, presente e futuro. Muitos dos conhecimentos e fontes históricas estão passando por processos de digitalização ou, ainda, já são produzidos de forma digital. É consenso que esse procedimento permite um melhor armazenamento para que as gerações presentes e futuras tenham acesso com certa. Em 2003, a UNESCO se atentou à Conservação do Patrimônio Digital, produzindo uma carta, com o intuito de preservar os conhecimentos, possibilitar maiores possibilidades à criação e o ato de dividir as informações entre os povos. De acordo com este documento, poderia se entender como patrimônio digital tudo que abrange os domínios do conhecimento humano, todas as pesquisas de todas as áreas. Desta forma, a pesquisa em e com tecnologias digitais é encontrada em todo o universo da história, podemos ter toda a pesquisa histórica feita de forma on-line, como por exemplo, de documentos antigos e que foram digitalizados. Frente esta constatação, este Eixo Temático convida estudiosos que pesquisam as relações entre Tecnologias Digitais e Pesquisa em História, assim como as relações entre Humanidades Digitais e a noção de Consciência Histórica.

 

Objetivos:

  • Discutiremos as relações entre digitalização de arquivos e pesquisa em História;

  • Problematizaremos as possibilidades de pesquisa em História e as redes sociais;

  • Analisaremos os usos de aplicativos e software e a pesquisa em história;

  • Discutiremos as relações entre jogos/eletrônicos, representação histórica e consciência histórica;

  • Abordaremos a necessidade da contemporaneidade do uso de tecnologia na formação e pesquisas históricas;

  •  Discorreremos a tecnologia como favorável as pesquisas em história e adaptável aos usuários.

 

Público-alvo: Professores Universitários, Professores da Educação Básica, Bibliotecários, Arquivistas, discentes de graduação e pós-graduação na área das humanidades.

Coordenadores
Geovanna Rodrigues do Santos
Graduanda Licenciatura em História-UFT

Link Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5444281241354458
Prof. Dr. George Leonardo Seabra Coelho
PPGHispam-UFT

Link Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8547171534862098












EDUCAÇÃO E MÉTODO NAS MEMÓRIAS DO JESUÍTA JOÃO DANIEL (1722-1776): PESQUISA EM HISTÓRIA POR UMA AGRICULTURA PRÓSPERA NO SÉCULO XVIII

 

Eulália Maria Aparecida Maraes (UNESPAR)

Denilton Gabriel Ambrosio da Rocha (UNESPAR)

 

RESUMO: A presente pesquisa tem por objetivo analisar a proposta de educação para uma economia da Amazônia baseados nos conhecimentos jesuíticos da natureza do Novo Mundo – flora, fauna e geografia – do século XVIII. Para tanto usaremos como fonte documental a obra do jesuíta João Daniel (1722-1776) banido da Colônia em 1757. Encarcerado até a morte escreveu suas memórias do tempo que permaneceu na Amazônia –, nelas aparecem o ideário Iluminista de Moderna Ciência do século XVIII. Nosso objetivo é analisar o documento com um viés que nos permita refletir sobre um pensamento de ocupação da Amazônia presente em vários discursos ao longo dos séculos de colonização, mas presente em João Daniel e revestidos de “cientificidade”. A proposta de “Educação e Método para uma Agricultura Próspera no Século XVIII” direcionada para a Amazônia nos manuscritos, defende a necessidade de adaptação do meio para o desenvolvimento da agricultura e junto a funcionalidade da mão-de-obra-indígena; justamente o que os reformistas de Portugal, em final do Século XVIII, proporão para os fazendeiros do Brasil. Qual o sentido da proposta “educação economicamente sistematizada” no contexto colonial ou atualidade de século XXI? Em meio ao alerta do aquecimento global vivemos um contexto de três crises ambientais simultâneas – a climática, a de biodiversidade e a poluição. Tais reflexões devem ser pautadas na Educação básica. Para os caminhos desta pesquisa em Chartier destacamos o conceito de apropriação: os diversos sentidos e utilidades que os sujeitos da história conferem a determinado produto, entendendo que os humanos podem ser temas de estudos – condicionante para o “possível” retorno ao passado. Neste sentido, levar para a sala de aula as reflexões da fonte documental produzida na segunda metade do século XVIII, nos permite o debate sobre este passado de “natureza inesgotável” ainda muito presente na atualidade do século XXI.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Ambiental; História Colonial; Natureza Amazônica; Jesuitismo; Século XVIII.

 

 

 

VETORIZANDO MAPAS OITOCENTISTAS: O USO DOS SOFTWARES AUTOCAD E QGIS NA PESQUISA HISTÓRICA

 

Maria Leopoldina Dantas Máximo (UFC)

Ana Sara Ribeiro Parente Cortez Irffi (UFC) 

 

RESUMO: Talhados, manuscritos, litografados, impressos ou digitais. As representações formalizadas dos espaços modificaram-se inúmeras vezes no decorrer da história. Instrumentos de poder e do “Poder”, essas representações cartográficas, utilizadas como um saber estratégico, ganhavam formas e características a partir dos interesses daqueles responsáveis por sua produção. No Brasil oitocentista, a cartografia possuía um papel essencial na definição do território nacional desenvolvido pelos intelectuais ligados a locais como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB. Os mapas, publicados por esses intelectuais, reúnem para além do território, projetos de ‘espaços nacionais’ variados, que eram pensados e ganhavam formas a partir das linhas que formavam os desenhos. Entendendo os mapas como imagens carregadas de intenções e consequências em que se pode estudar as sociedades de seu tempo (HARLEY, 2005, p. 63), é proposta aqui a vetorização digital, por entender que ela possibilita novos e outros olhares para a análise, pelos historiadores da cartografia, desse tipo de material. Para além de possibilitar perceber as diversas camadas ali contidas, facilita também ao pesquisador, confrontar os projetos apresentados por esses autores, abrindo um universo de possibilidades. É nesse sentido que softwares comumente utilizados na Geografia ou até mesmo na Construção Civil, como é o caso respectivamente do QGIS e do AutoCAD, passam a contribuir para a pesquisa histórica. Portanto, esse trabalho objetiva discutir as possibilidades de pesquisa com a utilização de softwares pouco utilizados pelos historiadores, mas que, no entanto, podem agregar de formas variadas a pesquisa, tanto em termos de método de análise, como para apresentar os dados coletados durante a pesquisa.

PALAVRAS-CHAVE: Cartografia histórica; softwares; AutoCAD; QGIS.

 

 

O “INVENTOR PARAENSE” CONTRA “O HERÓI DA ARMADA”: A CONTROVÉRSIA ENTRE JOÃO FRANCISCO DE MADUREIRA PARÁ E LUIZ DA CUNHA MOREIRA NO ARSENAL DA MARINHA DO RIO DE JANEIRO. 1825-1831.

 

Bruno Carlos Oliveira Neves (PPHIST-UFPA)

 

RESUMO: Durante séculos, a História se ocupou dos feitos dos grandes homens, retirados dos documentos oficiais e elevando-os à posição de exemplos a serem seguidos. Imperadores, Reis, Príncipes, Ministros e outras “classes” superiores tiveram suas histórias de vidas, suas grandes batalhas e seus momentos de heroísmo contados por historiadores que se preocupavam com o positivo da história, com o exemplo que deveria ser dado para as gerações seguintes. Neste trabalho, propomos analisar uma controvérsia, tomando como base a teoria Ator-Rede de Bruno Latour e cujas fontes vieram de um único arquivo digital, a Hemeroteca Digital Brasileira, e é nas páginas digitalizadas dos jornais cariocas que observamos as tensões, os embates, as lutas e as batalhas de ideias e ideais. A controvérsia surge quando estudamos as relações de poder dentro da rede formada entre esses homens, quer sejam “heróis” ou “comuns”. Para isso, vamos analisar o embate entre dois homens; Um que podemos chamar de ilustre desconhecido e outro que a antiga História diria que era um grande homem: O inventor paraense João Francisco de Madureira Pará e o primeiro ministro da Marinha do Brasil império, Luiz da Cunha Moreira. O principal campo de batalha desses dois homens é o Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro, entre os anos de 1825 e 1831.

PALAVRAS-CHAVE: Inventos; Marinha; Império; Jornais; Hemeroteca

 

 

OS DESAFIOS EPISTEMOLÓGICOS CONTEMPORÂNEOS DA RELAÇÃO ENTRE HISTÓRIA E MÍDIAS AUDIOVISUAIS

 

César Henrique Guazzelli e Sousa (Gereja/SME-Goiânia)

 

RESUMO: A história se consolidou como ciência autônoma entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX a partir de um conjunto de procedimentos metodológicos (heurísticos, críticos, hermenêuticos) que prescindiam do uso das imagens, considerando-se aqui especificamente as imagens audiovisuais. Estas muito lentamente foram resgatadas do ostracismo por um conjunto de sociólogos e historiadores, tais como Sigfried Krakauer, Walter Benjamin, Marc Ferro e Pierre Sorlin, que perceberam as enormes potencialidades das mídias audiovisuais não apenas como documentos-testemunho, mas também como verdadeiros bancos de sentido que concediam ao historiador acesso privilegiado à cultura de determinado lugar em determinado tempo. No esteio desse campo de pesquisa desenvolveram-se os estudos de cinema-história, que incorporaram procedimentos e conceitos tanto da teoria e crítica cinematográfica quanto do campo disciplinar da história. Entretanto, a partir da década de 2010 percebemos profundas mudanças não apenas nos regimes de produção e difusão social das mídias audiovisuais, mas também na sua própria estrutura e linguagem, cada vez mais personalista, imediata, veloz e fragmentada, em sintonia com a sua forma de distribuição privilegiada, que são as diversas redes sociais da Internet. Argumentamos que essa transformação exige dos historiadores uma nova postura na forma como se aborda a relação entre a cultura e o audiovisual, demandando deslocamentos epistemológicos, conceituais e metodológicos que dêem conta dessa nova realidade.

PALAVRAS-CHAVE:______________________________________________

TECNOLOGIAS DIGITAIS E PESQUISA EM HISTÓRIA: POSSIBILIDADES DE ENSINO EM ACERVOS DIGITAIS

 

George Leonardo Seabra Coelho (PPGHispam-UFT)

Dalila Maria Alves (UFT)

 

RESUMO: Partindo do pressuposto de que os alunos já estão inseridos na Cultura Digital, isto é, adentram as salas de aula conhecendo diversas maneiras de utilização das tecnologias no meio pessoal, torna-se evidente a necessidade dos professores utilizarem as mídias e tecnologias para a apropriação dos conteúdos e também como ferramenta didática. Uma das possibilidades, e a escolhida para o desenvolvimento dessa pesquisa, é por meio dos Acervos Digitais, que durante a pandemia que eclodiu no final de 2019 e início do ano de 2020, em virtude do novo Corona vírus (SARS-CoV-2), foram utilizados de maneira mais intensa e evidente. Reconhecendo que os acervos digitais possuem dados que antes ficavam restritos aos ambientes físicos e distantes dos pesquisadores, adquirindo um novo significado e alcance. Essa pesquisa tem como objetivo central a problematização da utilização de acervos digitais no ensino de história na educação básica. Para isso, foram realizadas análises dos acervos digitais por meio de levantamento bibliográfico, onde abordamos as Tecnologias Digitais, digitalização de documentos históricos, pesquisa em acervos digitais, Ensino de História, Mídias Digitais e Educação.

PALAVRAS-CHAVES: Ensino de História; Mídias digitais; Tecnologias.

 

REFLEXÕES SOBRE O USO DOS ARQUIVOS VIRTUAIS NA PESQUISA HISTÓRICA: UM ESTUDO DA COLUNA GAROTAS DE O CRUZEIRO (1938-1964)

 

Mariane Alves de Souza (PPGH-UNIMONTES)

Ester Liberato Pereira (PPGH-UNIMONTES)

 

RESUMO: Atualmente, temos, na digitalização de documentos históricos, uma grande e vasta fonte de oportunidades de pesquisa, facilidade de acesso e de reprodução, auxiliando na preservação e disseminação de memórias históricas. Como sabemos, as bibliotecas, arquivos e acervos físicos estão propensos às ações e acidentes da natureza ou ações humanas, quase sempre negligentes à importância da preservação desses documentos, os tornando vulneráveis ao desaparecimento e até à extinção. Então, os acervos digitais vêm sendo, cada vez mais, propagados a partir da digitalização como uma alternativa de melhor alocação dos documentos. Assim, emergiram as bibliotecas digitais e, com elas, os debates sobre a utilização dessas fontes no oficio do(a) historiador(a) e as transformações na metodologia de pesquisa. A Biblioteca Nacional Digital (BNDigital) se consolidou como a maior biblioteca digital do Brasil, muito utilizada pelos(as) historiadores(as) para ter acesso ao grande acervo documental, diretamente da tela do computador ou smartphone. Nesse trabalho, propõe-se uma reflexão sobre a História Digital e a utilização de arquivos virtuais na pesquisa histórica por meio do estudo da coluna Garotas de Alceu Penna, que esteve na revista O Cruzeiro de 1938 a 1964. Isto porque a referida revista tem seu acervo completo disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, o que facilitou o acesso à fonte e ao desenvolvimento da pesquisa.

PALAVRAS-CHAVE: História Digital; BNDigital; O Cruzeiro; Garotas.   

 

 

 

 

O GLAMOUR E O PERIGO DA NOITE PARAENSE: REPRESENTAÇÕES SOBRE TRAVESTIS NO JORNAL DIÁRIO DO PARÁ (1980-1990)

 

Júlio Ferro Silva da Cunha Nascimento (PPHIST-UFPA)

 

RESUMO: Através das fontes encontradas no acervo digital da Biblioteca Nacional, a presente pesquisa tem o intuito de analisar as matérias referentes à construção da identidade travesti presentes no jornal Diário do Pará de 1980 a 1990. Com a ferramenta de busca, torna-se possível alcançar o número de 190 fontes, onde é notável o uso de diferentes termos para maximizar o alcance, uma vez que apenas a utilização do termo “travesti” mostrou-se limitante. Tal fator consequência da década estudada ser marcada pela tensão entre categorias de designação, caracterizando sujeitos com identidades plurais, hoje entendida enquanto conflitantes pela literatura da área, como um único indivíduo ser representado pelo jornalista enquanto “gay, travesti, homossexual e  homem”, como aborda Elias Veras (2015). Para auxiliar a pesquisa, são utilizados dois  softwares de gestão, no caso, o de gerenciamento de banco de dados chamado Access e o editor de planilhas, Excel. Entendo como frutífera a construção de uma metodologia que amplia a visualização das fontes, como por exemplo, no auxílio da visualização dos dados, por meio de gráficos, da frequência de discussões sobre travestis serem encontradas em matérias sobre entretenimento (29%) e em cadernos policiais (25%). A partir de um ponto de vista analítico queer, que “foca nas estratégias sociais normalizadoras de comportamento” (MISKOLCI, 2009), entendo a construção da identidade travesti enquanto plural, fragmentada, onde a mídia cria representações entre o perigo das ruas e o glamour das travestis, com possibilidades de encontrar estratégias transfemininas por meio de sociabilidades e ressignificação das normas de gênero.

PALAVRAS-CHAVE: Travesti; Historiografia trans; Queer; Acervo Digital.

 

 

 

 

COMPLEXIDADES DA PESQUISA HISTÓRICA E A ENTREVISTA À DISTÂNCIA: A PRESENÇA SEMPRE POSSÍVEL

 

Kátia Aline da Costa (UFGD)

 

 

RESUMO: Parece consenso que o contexto de distanciamento social com a pandemia COVID-19 e a necessidade de trabalhar de modo remoto, dificultou consideravelmente o desenvolvimento no âmbito da pesquisa histórica. Ao propor realizar uma pesquisa de História Oral com mulheres que migram, não podemos deixar de levantar algumas questões pertinentes: a prepariedade e difícil acesso do recurso midiático a algumas mulheres, a desigualdade social que leva à dificuldade de acessibilidade e manuseio à Internet, a dificuldade com relação a língua e a comunicação, o fato de, muitas vezes, as entrevistas ocorrerem nos interiores dos espaços de moradas/lares onde se encontram outras pessoas filhas/os, esposos/companheiros/as. Apesar das dificuldades, mulheres que migram não deixaram durante a pandemia de falar de si e de narrar seus projetos familiares. Problematizadas tais questões, a proposta deste trabalho é dialogar com as complexidades no processo de produção da História Oral do tempo presente, seus usos, possibilidades e adequações, analisando a importância das redes de comunicação entre mulheres, e promovendo a importante troca de conhecimento e experiência de pesquisas em campo.

PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia; História; Migração feminina

 

A HISTÓRIA COMO PRODUTO: NARRATIVAS DE PASSADO PARA ALÉM DA ACADEMIA

 

Maria Isadora Leite Lima (PPGH-UFC)

Gabriel Emanuel Leite de Lima (SEDUC-CE)

Milena Cristina Ribeiro (URCA)

 

RESUMO: Esta pesquisa busca mobilizar saberes em torno das discussões sobre História Pública, produção e divulgação de narrativas de passado para além da academia, a partir da problematização em torno da elaboração do discurso da série Guia Politicamente Incorreto do canal por assinatura History Channel. Desse modo, torna-se essencial refletirmos sobre os desdobramentos dessa produção, compreendida como produto cultural midiático, a fim de desenvolvermos uma reflexão crítica a cerca dessas narrativas, tendo em vista, a inserção destas em uma complexa rede que na contemporaneidade transforma significativamente os usos do passado na dimensão política. Dessa forma, a partir da análise da série, buscaremos aprofundar a discussão por meio da reflexão de autores como Antoon De Baets em seu artigo “Uma teoria do abuso da História” (2013), Jurandir Malerba no livro História e Narrativa – A Ciência e arte na Escrita da História (2016); François Hartog: Evidência da História – O que os historiadores veem (2011); E o livro ”Assassinos da Memória” do historiador francês Pierre Vidal- Naquet. Desse modo, discutiremos como narrativas como o Guia influenciam o trabalho e função social da história e dos historiadores, tendo em vista, que a pesquisa em história exige rigor metodológico, responsabilidade e ética na escrita, por desempenhar papel importante na formação da consciência histórica.

PALAVRAS-CHAVE: Série Guia Politicamente Incorreto; Usos do passado; Discurso.

 

 

 

 

HISTÓRIA, TECNOLOGIA E MOVIMENTOS SOCIAIS: FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS E PESQUISA HISTÓRICA NO AVANÇAR DOS “TEMPOS MODERNOS”

 

Mariana Affonso Penna (IFG)

 

RESUMO: As transformações tecnológicas na história recente exercem efeitos sobre a condição humana, modificando as relações de produção, o cotidiano e até mesmo as esferas decisórias da vida em sociedade. Estas modificações aceleradas na experiência humana tendem a gerar certos efeitos tais como inquietação social e resistências às mudanças entendidas como indesejadas. Em meio a estes processos, diferentes interesses emergem e o enlace de novas sociabilidades entremeadas pelo uso das tecnologias engendra novas formas de articulação e fazeres políticos, permitindo o surgimento de movimentos sociais organizados em novas bases e com novos repertórios. A pesquisa destas mobilizações recentes acaba inevitavelmente precisando se debruçar sobre o uso das redes sociais e o mundo digital, uma vez que este se torna um dos principais espaços de articulação e propagação de valores das novas coletividades. Há uma consciência crescente do potencial analítico deste material, mas há ainda muito pouca reflexão e sistematização metodológica sobre como fazê-lo, o que abre espaço para análises mais intuitivas e pouco abrangentes sobre os temas. O uso de métodos digitais tem o potencial de transformar o cenário de pesquisa e de ensino, pois oferece novas possibilidades para criação, análise e compartilhamento de conhecimento. Nas ciências humanas o uso destes métodos aplicados à pesquisa convencionou ser chamado de Humanidades Digitais. Será a partir dos conhecimentos produzidos neste campo em ascensão que esta pesquisa se orientará metodologicamente e abarcará como principais temas as transformações tecnológicas na história recente, seus efeitos e potenciais usos da tecnologia para os estudos das mobilizações sociais na contemporaneidade.

PALAVRA-CHAVE: História; Tecnologias; Humanidades Digitais; Movimentos Sociais.

 

 

 

 

O FENÔMENO DAS “DIGITAL INFLUENCERS”: NOVAS FORMAS DE EXPLORAÇÃO DOS CORPOS FEMININOSNA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XXI

 

Ana Luiza Nascimento Palha (UEPA)

 

RESUMO: Com o advento das novas tecnologias digitais, a sociedade passou por muitas transformações, principalmente no mundo do trabalho, um exemplo disso, foi a criação das Redes Sociais que possibilitou o surgimento de novas profissões, como as “Digital Influencer”. Diante disso, essa pesquisa discuti a relação entre trabalho, tecnologia e capitalismo em um recorte de gênero, abordando o trabalho das “Digital Influencers” – mulheres engajadas na Rede Social Instagram que são capazes de influenciar pessoas através da sua produção de conteúdo. O objetivo desse trabalho é entender como o sistema capitalista – dentro de uma nova roupagem, a das novas tecnologias – utiliza do espaço virtual para perpetuar um sistema baseado na exploração dos corpos femininos. Para entender como todos esses mecanismos se relacionam foram utilizadas fontes digitais: sites e blogs, publicação do Instagram e vídeos do YouTube. A coleta, organização e avaliação crítica dessas fontes possibilitaram estudar o mundo do trabalho que está se tornando cada vez mais digital. Portanto, um estudo de gênero, em pleno século XXI, na era da informação e comunicação, onde tudo ocorre rapidamente, em um contínuo fluxo de mudanças, devemos notar, é importante não só para a história das mulheres, mas também para a história do tempo presente.

PALAVRAS-CHAVE: Mulheres; Digital Influencer; Trabalho; Tecnologia; Capitalismo.

 

 

 

 

ETNOGRAFIA VIRTUAL E HISTÓRIA PÚBLICA NAS REDES SOCIAIS (EXPERIENCIA NA PANDEMIA DO COVID 19)

 

Raquel de Abreu Mathias (UFT)

 

RESUMO: A etnografia das comunidades é um perfil na rede social Instagram, criado desde o ano de 2021 com o intuito de dispor post que apresentam identidades culturais dos grupos sociais marginalizados como é o caso das comunidades de Favelas entre outras comunidades. A etnografia corresponde, portanto, a investigação étnica das Culturas. É um método consagrado no campo da pesquisa antropológica e pode ser apropriado por diversas áreas do conhecimento como forma de investigar, em profundidade, comunidades e grupos humanos em suas particularidades. A etnografia Virtual, é um campo de pesquisa que, desde o final dos anos noventa, se desenvolve como base investigativa, simultaneamente ao desenvolvimento dos avanços tecnológicos da internet. Também conhecida como netnografia, etnografia digital e, mais comumente, etnografia online, é um método de pesquisa que adapta métodos etnográficos ao estudo das comunidades e culturas criadas por meio de interação social mediada por mecanismos tecnológicos. A proposta é a edição final do recorte de 12 lives que tem por objetivo mostrar a experiência digital realizada pelo perfil que corresponde a comunicação e história pública. Através de uma comunicação acessível discute temáticas sociais relacionadas aos seguimentos sociais; raciais e de gênero, na tentativa de uma construção mais inclusiva participativa e compostas pelas diversidades étnicas e práticas culturais. Outro caráter que merece destaque no projeto é a visibilidade das personalidades entrevistadas, que desta maneira tecem um ciclo etnográfico polifônico.

PALAVRAS-CHAVE: Mídias; Comunicação; Virtual.

NOSSO NORTE É O SUL: ASSOCIAÇÕES LATINO-AMERICANAS DE HISTORIADORES NAS REDES SOCIAIS

 

Raquel Silveira Martins (PPGHIS-UFOP)

 

RESUMO: Em entrevista em 2004, Andreas Huyssen defende que a ascensão de uma “cultura de memória” na década de 1980 está atrelada a uma multiplicidade de fatores. A narrativa midiática esmaece a distinção entre passado e futuro, reforçando a ideia de presente, fortalecendo uma certa nostalgia de um passado idealizado. Assim, “a função social do historiador exige que nos voltemos para uma variedade de espaços públicos nos quais a memória histórica tem desempenhado papel importante.” Junto aos círculos de formação acadêmica, espaços tradicionalmente ocupados pelos historiadores, estão as associações científicas e as revistas. Essas alavancadas nas últimas décadas pelo uso do suporte online e do arquivo em PDF, mas também pela divulgação em outros meios digitais, como as redes sociais. As associações de historiadores na esteira dessas mudanças, propõem, constroem e permeiam diversos formatos/espaços para a divulgação do conhecimento histórico. Compartilhando não apenas pesquisas acadêmicas, mas (re)dimensionando narrativas, questões e fatos históricos em novas roupagens que são traduzidas aos novíssimos ambientes digitais. Nesse contexto, a proposta texto é apresentar as análises feitas sobre as redes sociais de algumas associações latino-americanas de História. Objetiva-se compreender de forma preliminar quais redes sociais são utilizadas e como, dimensionando assim possíveis hipóteses e relações dessas nos diversos países latino-americanos com os usos da História nesses ambientes e a construção de uma imagem do investigador em História nas redes sociais.

PALAVRAS-CHAVE: Redes sociais; Divulgação Histórica, Associações de Historiadores

 

 

E SE MUDÁSSEMOS O PASSADO? RESGATE HISTÓRICO POR MEIO DA LITERATURA E TELEVISÃO, NA SÉRIE OUTLANDER

 

Renato Sergio Ferreira Pereira (PPGL-UNESP)

 

RESUMO: Quando refletimos sobre as múltiplas tecnologias que podem ser utilizadas para se pensar e refletir sobre história, não podemos deixar de mencionar o audiovisual: cinema e televisão. Ambas as tecnologias possuem um grande alcance de espectadores, temos como exemplo, a adaptação televisa da série de livros Outlander. A saga narra as aventuraras da protagonista Claire Randall, uma enfermeira do século XX que misteriosamente volta no tempo para a Escócia do século XVIII. Claire encontra uma cultura completamente diferente de seu tempo: uma sociedade baseada em uma sistema de clãs. Além de conhecermos a cultura escocesa, a saga traz um momento histórico, o levante Jacobita que tenta restaurar o trono da casa Stuart na Inglaterra. Sabendo das consequências da insurreição, como o massacre na Batalha de Culloden, e a supressão das expressões culturais, a protagonista tenta alterar o passado. Portanto, esse trabalho tem como objetivo analisar a contribuição da relação literatura e história/história e audiovisual, pois a saga nos permite, como aponta a teórica literária Linda Hutcheon, um olhar crítico para o passado, a fim de resgatar o outro lado de um fato histórico. A história, assim como a literatura, são discursos, desse modo, carregam em si ideologias, crenças, visões de mundo daqueles que a escreveram, ou seja, os detentores do poder, que foram taxados como “os vencedores”.

PALAVRAS-CHAVE: Outlander; Adaptação audiovisual; Resgate histórico; Metaficção historiográfica; Cultura highland

 

 

 

AS RELAÇÕES DA HISTÓRIA DIGITAL COM PESQUISAS EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

 

Janine Marques da Costa Gregorio (UFSC)

David Antonio da Costa (UFSC)

 

RESUMO: O presente artigo busca explorar novos métodos de pesquisa e as relações da História Digital (HD) com trabalhos desenvolvidos em História da educação matemática (Hem), que utilizam fontes digitais como registros históricos. Deste modo, o texto se apoia na HD que é considerada um processo através do qual, os historiadores são capazes de utilizar computadores para fazer história, tornando-se uma revolução na profissão histórica (BURTON, 2005). Pesquisadores têm recorrido aos espaços virtuais, tais como repositórios, com o objetivo de garantir a continuidade de suas investigações e estudos, levando-se em conta esta prática investigativa. Neste artigo, o objetivo é analisar os usos do Repositório de Conteúdo Digital - UFSC e da Hemeroteca Digital Catarinense - CIASC, locais onde estão disponibilizadas diferentes fontes de pesquisa para a Hem (COSTA, VALENTE, 2015) problematizados pela HD. A Hem tem dentre seus objetos de pesquisa, entre outros, investigar os processos e dinâmicas e a forma como ocorreram as mudanças no ensino, que constituem o saber profissional do professor que ensina matemática. Com isso, as pesquisas em Hem se apoiam em documentos históricos, particularmente marcados e resultados de uma cultura própria da escola, de uma cultura escolar (JULIA, 2001). O uso criativo desses espaços digitais pela comunidade acadêmica potencializa a produção científica. Esse texto versa sobre o trabalho profícuo que se pode evidenciar com o uso de tais documentos disponibilizados de maneira virtual, apoiados nos estudos da HD. Com isso busca-se problematizar tais relações entre a HD e a Hem para um melhor delineamento metodológico das pesquisas que se apoiam em fontes digitais.

PALAVRAS-CHAVE: Repositórios; Documento digital; Fontes virtuais.

 

 

 

ASPECTOS METODOLÓGICOS SOBRE O USO DAS FONTES DIGITAIS EM UMA PESQUISA HISTÓRICA

 

Rhuda Azzolini Castro (UNB)

RESUMO: Buscarei abordar algumas das questões que envolvem o uso das fontes digitais em uma pesquisa histórica. Para isso utilizarei dois trabalhos de minha própria autoria, a minha monografia, defendida em 2020, e a minha dissertação de mestrado (que segue sendo escrita). Em minha monografia procurei explorar as potencialidades das manifestações digitais (mais precisamente nas redes sociais) como fonte primária sob uma pesquisa de cunho histórico. Para tanto, me apoiei em historiadores interessados no mundo digital, que propõem importantes discussões sobre o ofício do historiador diante desses novos tipos de registros. Revisitei também uma historiografia clássica, cristalizada na Nova História e na Escola dos Annales, que foi responsável por consolidar um alargamento das tipologias de fonte, rompendo com a herança positivista que privilegia os documentos oficiais. Esta nova metodologia histórica proposta por historiadores ligados aos Annales oferece meios de historicizar os mais variados objetos, portanto, mesmo que não tenham tido em seu repertório o conceito de fonte digital, fornecem importantes chaves interpretativas que podem ser aplicadas a esses registros. O avanço tecnológico foi um fator desencadeante de uma reelaboração da operação historiográfica, os historiadores se deparam com a necessidade de discutir aspectos metodológicos a fim de contemplar essa nova tipologia de fonte, inédita e específica do mundo contemporâneo. Por se tratar de um registro tão atual, as fontes digitais apresentam lacunas procedimentais quanto ao seu tratamento. Questões como: 1) a dificuldade da mineração das fontes; 2) a constante edição e reedição que estes documentos podem sofrer; 3) a exclusão de parcelas sociais que não têm acesso ao ambiente digital; 4) as novas linguagens e formas que os conteúdos digitais assumem. Estas e outras questões se colocam como desafios que devem ser pensados sobre o uso das fontes digitais. Ainda assim, os historiadores que optarem por explorar as fontes digitais para fazer a escrita da História têm ali importantes manifestações humanas contemporâneas, tanto de indivíduos quanto de órgãos públicos e privados. As redes sociais – mais precisamente – dão acesso a extratos sociais, a pensamentos e ações de parcelas da sociedade, a novos modos de relacionamento, de construção e propagação de informações. Portanto, são ambientes que permitem evocar aspirações sociais modernas, e as formas de lidar com esse novo conteúdo devem ser discutidas.

PALAVRAS-CHAVE: fonte digital; redes sociais; escrita da história.

 

 

VIDEOGAME: A PESQUISA HISTÓRICA EM “ASSASSIN’S CREED” (2007-2020)

 Max Alexandre de Paula Gonçalves (IFPR)

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo apresentar e refletir sobre a variedade de fontes históricas como um caminho metodológico para a pesquisa histórica com jogos de videogame. Ao tomarmos o objeto game como componente de uma narrativa transmídia (JENKINS, 2009), observaremos que não se trata de um produto isolado dentro do circuito mercadológico do entretenimento, mas sim de um suporte com conteúdo e públicos específicos que visam ampliar a difusão e o consumo de uma determinada história. Isso significa que o jogo de videogame no tempo presente se encontra relacionado a outras mídias e suportes para a expansão do seu universo narrativo, tais como os livros, as graphic novels, o cinema, mas também as redes sociais e plataformas de compartilhamento de conteúdos digitais e vídeos. Dessa forma, nosso propósito é demonstrar por meio da franquia “Assassin’s Creed” (2007-2020), composta por jogos de videogame e outros produtos midiáticos, a diversidade de fontes históricas e o desafio que elas lançam ao historiador em busca de compreender as estratégias empregadas pela Ubisoft, a produtora e distribuidora de “Assassin’s Creed” na produção e difusão dessa narrativa transmídia. De modo paralelo, a nossa perspectiva é a de que esse procedimento possibilitará, posteriormente, o entendimento da intersecção dos jogos de videogame com outras mídias e suas linguagens.

PALAVRAS-CHAVE: Narrativa Transmídia; Videogame; Fontes Históricas; Assassin’s Creed.

EIXO TEMÁTICO 1: TECNOLOGIAS DIGITAIS E PESQUISA EM HISTÓRIA

PRIMEIRA SESSÃO DIA 12 DE ABRIL DE 2022 – 14H ÀS 16H

EIXO TEMÁTICO 1: TECNOLOGIAS DIGITAIS E PESQUISA EM HISTÓRIA

SEGUNDA SESSÃO DIA 12 DE ABRIL DE 2022 – 16H ÀS 18H

EIXO TEMÁTICO 1: TECNOLOGIAS DIGITAIS E PESQUISA EM HISTÓRIA

TERCEIRA SESSÃO DIA 13 DE ABRIL DE 2022 – 14H ÀS 16H

EIXO TEMÁTICO 1: TECNOLOGIAS DIGITAIS E PESQUISA EM HISTÓRIA

QUARTA SESSÃO DIA 13 DE ABRIL DE 2022 – 16H ÀS 18H

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