Autenticidade dos arquivos digitais em pesquisa histórica
1 - Nome do proponente: Jonathan Machado Domingues
Titulação e vínculo institucional: Mestre em Educação Científica e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Catarina (PPGECT - UFSC). Graduado em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Integrante do Grupo Associado de Estudos e Pesquisas sobre História da Educação Matemática (GHEMAT-BRASIL). Responsável pela elaboração do Acervo Pessoal do Manoel Jairo Bezerra (APMJB), o qual encontra-se localizado no Centro de Documentação do GHEMAT-BRASIL, em Osasco - São Paulo. Publicou artigos a respeito dos arquivos digitais, em periódicos da área da História da Educação Matemática, a saber: Revista de História da Educação Matemática (HISTEMAT) e no Acervo: Boletim do Centro de Documentação do GHEMAT - SP.
2 - E-mail:
3 - Quantidade de vagas: LIVRE
4 - Ementa: O presente minicurso tem como objetivo apresentar aos interessados na temática acerca dos arquivos digitais, instrumentos provindo do campo da Arquivologia para realizar o processo de autenticidade dessas materialidades, que servem para as ramificações do nicho da História, como por exemplo, da História da Educação, História da Educação Matemática, entre outros, na realização de uma narrativa histórica. De acordo com Domingues e Domingues (2022a), entende-se como arquivos digitais o resultado de diversas fontes de nível primário, que podem ser considerados como: cartas, cadernos, livros, diários, legislações, entre outros, que passaram pelo processo de digitalização, e foram inseridas e armazenadas em mídia on-line, como é o caso de um Repositório Institucional (RI). Lynch (2003, p. 328) pontua que o RI é um "[...] conjunto de serviços que uma universidade oferece aos membros de sua comunidade para a gestão e divulgação de materiais criados pela instituição e seus membros da comunidade”. Neste sentido, os documentos podem ser categorizados nos seguintes aspectos: (i) audiovisual, (ii) filmográfico,(iii) fotográfico, (iv) bibliográfico, (v) cartográfico, (vi) micrográfico, (vii) eletrônico e (viii) digital, de acordo com o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (Brasil, 2019). Neste minicurso, restringiu-se ao documento digital, que é compreendido a partir do dicionário em questão, como um “[...] documento codificado em dígitos binários, acessível por meio de sistema computacional” (BRASIL, 2019, p. 75). Destarte, ao utilizar os documentos digitais, se faz necessário utilizar também os documentos eletrônicos, uma vez que pode-se dizer que é uma via de mão dupla, sendo um complemento do outro. Este (documento eletrônico) é "[...] um gênero documental integrado por documentos em meios eletrônicos ou somente acessíveis por equipamentos eletrônicos” (BRASIL, 2019, p. 75). Domingues e Domingues (2022b) apresentam o conceito de autenticidade, consistente em um mecanismo de controle do procedimento pelo qual o documento arquivístico digital é submetido. Em suma, o documento se submete a controle, manutenção e custódia para a continuidade de sua existência, enquanto se submete à necessidade de autenticidade para fins de eficácia frente aos indivíduos, relacionando-se, de forma direta, com o modo de transmiti-lo, preservá-lo e protegê-lo de eventual corrupção, sendo estes os maiores desafios de se manter a continuidade de um arquivo digital.
5 - Desenvolvimento: 1º dia: demonstrar as características de um arquivo: (a) conteúdo; (b) suporte; (c) contexto; (d) forma; (e) ação; (f) pessoas; (g) relações orgânicas; (h) completude; (i) confiabilidade; (j) integridade; (k) identidade; (l) autenticidade; (m) organicidade; (n) naturalidade; (o) inter-relacionamento; (p) acessibilidade e usabilidade. 2° dia: trabalhar e apresentar exemplos de autenticidade de arquivos digitais em pesquisas de cunho histórico.
6 - Atividade prática e Avaliação: Dinâmica online envolvendo leitura de trechos de trabalhos (artigos científicos, dissertações e teses, por exemplo) que utilizaram arquivos digitais nas respectivas pesquisas e elaboração de um texto dissertativo sobre autenticidade dos arquivos digitais nas produções históricas, a partir de reflexão sobre o conteúdo do curso ministrado.
7 - Objetivos: Apresentar e circular conceitos relevantes provindos do campo da Arquivologia, em que se encontram inseridas as características que compõem um arquivo, focando, este minicurso, nos arquivos digitais. Ademais, discutir entre os interessados acerca da autenticidade dessas materialidades em pesquisa de viés histórico.
8 - Diálogo: O diálogo entre o presente minicurso e o evento se dá devido aos saberes transdisciplinares que se fazem presentes na temática em questão, o que possibilita se mencionar os lugares de memórias, além dos espaços que possibilitam a realização de uma etapa da operação historiográfica, a saber, a prática, como menciona De Certeau (2018). Dessa forma, esses locais podem ser considerados, por exemplo, os acervos, os centros de memórias e as bibliotecas. Especificamente no período temporal de 2019 e início de 2022, em virtude da pandemia do COVID-19, os respectivos lugares para realização de fontes históricas encontravam-se fechados. Dessa maneira, esses locais físicos sofreram transformações, em grande maioria, pelos instrumentos provindos do campo da tecnologia, especialmente os instrumentos digitais, proporcionando, assim, a elaboração de redes que, muitas vezes, borram suas respectivas fronteiras, tornando a web o principal local de trabalho para um número crescente de estudiosos.
Referências:
DE CERTEAU, M. Fazer história. In: A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2017, p. 31-64.
DOMINGUES, J. M.; DOMINGUES, D. Arquivologia e História da Educação Matemática: reflexões sobre a utilização de arquivos digitais. Revista de História da Educação Matemática, v. 8, p. 1-17,
2022a. Disponível em: https://histemat.com.br/index.php/HISTEMAT/article/view/482
DOMINGUES, D. M.; DOMINGUES, J. M. Arquivos digitais na pesquisa de História da Educação Matemática: possibilidade e limitação na produção curricular. Seminário Temático Internacional, v. 1, n. 1, p. 1-16, 2022b. Disponível em:https://anais.ghemat-brasil.com.br/index.php/STI/article/view/147
LYNCH, C. A. Institutional Repositories: Essential Infrastructure for Scholarship in the Digital Age. ARL Bimonthly Report226, v. 3, n. 2, p. 327-336, 2003. Disponível em: https://www.cni.org/publications/cliffs-pubs/institutional-repositories-infrastructure-for-scholarship